sexta-feira, 4 de julho de 2008

À mesa

É para ti,oh cavaleiro inexistente, que eu ponho a mesa do jantar. Vem sentar-te ao meu lado, deixa-me ver a tua invisível fome. Te encho o copo do que não foi até transbordar esse líquido vermelho de palavras mudas, para saciar a tua falta de sede.

(falta algo aqui nesse espaço em branco. Talvez as coisas que eu ainda não consigo entender. O comer sem reclamar.)


Espera, não te levantas ainda. Falta a sobremesa depois da refeição indigesta. Tua educação palaciana não é de recusas. Mas serena, pois essa parte é doce e já se aproxima o fim. Te encho o prato de meus silêncios, de luas e luas sobre essa terra e te sacias. Monta em teu cavalo e seguido do teu fiel escudeiro vais embora.

Tendo a certeza de que amanhã vais voltar.

Ou será a festa das moscas.

3 comentários:

Thalita, disse...

Não haverá moscas, Dulcinea.

Ramon de Alencar disse...

...
-Fome do Nada!

Amanda disse...

e a desfesta da moça.