domingo, 18 de março de 2007

A grande sinceridade

A grande. A assustadora.Que me vem como que para lembrar o que sem saber esqueci.À Grande Sinceridade caberia uma analogia com o vento, se não fosse ela mais que ventania. Arranca-me os telhados e viola as portas que eu queria acreditar invioláveis. E diferente do vento A Grande Sinceridade vem de dentro e não de fora. E vem de fora também , ou talvez algo fora à chame, como um assobio de sentindo. É a mesma Grande Sinceridade que me faz assumir agora a preguiça de chama-la pelo nome completo e render-me ao desejo de chama-la de Ela, simplesmente. É ela ainda que em paradoxo amordaça-se. Em paradoxo faz com que eu meça cada centímetro do dito e do não dito. Ela precisa de aprovação. Vive disso. E ela que assusta também tem medo: Medo de ser antiga mesmo que nova, medo de ser clichê. Ela é sempre submetida a pesadas críticas e análises mesmo sendo em si a sinceridade. O grande soluço. A implosão que vive na iminência de explodir e para isso é necessário muito pouco.Ela me acorda em certos dias enquanto de um ponto a outro: O grande soluço da memória. Seguido de medo medo medo medo medo. E depois se deita aliviada para mais tarde me acordar em sobressalto novamente.A Grande Sinceridade vive em mim, e não paga aluguel, e não sabe gramática e não cabe nas letras.A grande Sinceridade vive em mim. E não se chama Jamile. A grande Sinceridade morre em mim e eu ando por aí como alguém que tem soluço crônico. E espaçado.

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Coloquei esse texto aqui porquê pretendo deletar o outro blog. Acho que a única coisa que vale a pena guardar é esse texto.

Cortinas




















Eu sou ausência.
Com mãos pequenas eu tento segurar todos os
fios de uma teia que se desfaz:
10 dedos, Oito patas devidamente articulados para sobrevivência.


Eu sou ausência.
Dessa ausência teço meus fios: Dos silêncios e Esperas.
Do que assisto em segredo. Do escuro dos cantos. Das pequenas formigas que me alimentam.
Das janelas abertas uma vez por semana.


E me repito: Eu sou ausência.
Há muito não visitam a minha teia. Nem vermes nem borboletas.
Continuo a tecer fios (Dos telefones. Dos trilhos de trem).


Eu sou ausência.
Logo eu que jamais romperia casulos (Darwin, Mendel e Rousseau também não poderiam)
Me fiz asas e não volto mais.


Eu sou ausência:
O que restam são só teias.
E ainda assim temem as criaturas.
Temem o que se fez ausente.




Conchas. Casulos. Colméias.Apartamentos.




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O objeto não toca a imagem. Jamais.

terça-feira, 13 de março de 2007

"numa dessas noites tudo vai embora..."

Quando a brasa que não apaga e não incendeia solta faíscas
Suspeito que talvez essa vida que tenho chamado latente
seja na verdade latejante.

(até a dormência)




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Em breve escreverei mais, mesmo que tolices.

terça-feira, 6 de março de 2007

Não amarás.

só pra constar:
não tão impossivel assim.

Acabei achando o tal filme do Krzysztof Kieslowski que eu quis
muito assistir numa noite dessas. E é realmente um bom filme.

Agora eu tenho um pedacinho a mais. :)